quarta-feira, 11 de novembro de 2009

GCMs querem unificar tipo de registro


Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC

Até o fim de janeiro de 2010 as GCMs ( Guardas Civis Municipais) das cidades da região - exceto Rio Grande da Serra, que não tem corporação do tipo - passam a utilizar o mesmo formulário de registro de ocorrências em seus atendimentos. O objetivo é integrar e regionalizar as ações das corporações. A informação é do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

Na última reunião do Consórcio, ocorrida em 3 de outubro, o Grupo Técnico da Câmara Setorial de Segurança Pública, formado pelos comandos das GCMs, aprovou o novo modelo, o Registro de Ocorrência Integrado.

"Até março do ano que vem, os dados já estarão digitalizados e disponibilizados entre as guardas, a partir de um software, gerando estatísticas da região que proporcionarão estudo das ocorrências e a padronização das ações", adiantou o coordenador da Câmara Setorial, Benedito Domingos Mariano.

Dos pontos de vista analítico e estatístico, o novo mecanismo pode ser comparado ao sistema de registros utilizado pela Polícia Civil, segundo Mariano, que também é comandante da GCM de São Bernardo.

A expectativa é de que o novo formulário seja apresentado e aprovado pelos secretarias de Segurança Pública das cidades, em reunião, até fim de novembro.

"No próximo encontro vou apresentar um projeto de matriz curricular única para os cursos de ingresso e acesso às guardas. Assim, a unificação começa dentro das salas de aula", ressaltou Mariano.

SIMPLIFICAÇÃO - Os representantes do Consórcio ouvidos pelo Diário afirmaram que o novo documento foi confeccionado com base nas informações de todas as guardas e que até formulários da polícia foram analisados pelo grupo. "Elaboramos um formulário simplificado e funcional", contou Benedito Mariano.

DESPERDÍCIO - Para evitar o desperdício do material que está sendo utilizado pelos cerca de 2.000 GCMs do Grande ABC, o documento será adotado gradualmente.

"Pode ser que uma cidade adote primeiro que a outra. Mas até o final de janeiro todas devem estar utilizando", explicou José Francisco Alves, secretário de Defesa Social de Diadema, responsável pela organização da proposta de implantação do futuro observatório regional de segurança.

Especialista contesta sistema paralelo ao da Polícia Civil

O novo sistema integrado das GCMs é visto por alguns como algo limitado e por isso o custo, se houver, não valerá a pena. Essa é a opinião do ex-secretário Nacional de Segurança Pública e coronel da reserva da Polícia Militar José Vicente da Silva Filho. Para o especialista em segurança, não há sentido em se criar um sistema de registro paralelo ao da polícia.

Silva Filho diz que é importante diferenciar as ocorrências criminais, de responsabilidade das polícias, das ocorrências leves sob competência das guardas. "O infrator de Santo André dificilmente irá para Mauá. A medida vai colaborar apenas com as áreas de fronteiras entre as cidades", explicou.

"O infrator não é o mesmo mas tem o mesmo comportamento, e a ação integrada poderá criar padrões de procedimentos", rebateu o secretário de Defesa Social de Diadema, José Alves. Para a implantação do novo formulário, não deverá haver custo. Já para a segunda etapa da integração, o gasto foi avaliado em cerca de R$ 750 mil, já solicitados ao Programa Nacional de Segurança com Cidadania do Ministério da Justiça.DM

Comunicação via rádio integrada também foi prometida para 2010

A segunda etapa da integração das guardas-civis da região prevê a compra de 300 rádios e antenas repetidoras de sinal, para comunicação entre os cerca de 2.000 guardas municipais, sendo 50 para cada um dos municípios.

A comunicação integrada via rádio está prometida para começar a funcionar até fim de fevereiro do ano que vem.

"Como Rio Grande da Serra não tem GCM, estamos estudando a doação de 12 rádios para agentes da Defesa Civil para que eles possam ser integrados à rede", contou José Francisco Alves, secretário de Defesa Social de Diadema.

Também está prevista a aquisição de outros 30 computadores, cinco para cada município, que deverão ser utilizados para acessar os dados e estatísticas obtidos com a integração dos registros de ocorrência.

O secretário ressaltou que os dados obtidos a partir do trabalho unificado serão compartilhados entre todas as GCMs e as polícias Militar e Civil.

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