04/08/2009 -
A Filosofia por trás da Segurança
Por: Gustavo Pinchiaro (gustavo)
João Conigero quer lecionar depois de se aposentar. Foto: Antonio Ledes
A leitura é a base de um guarda municipal de Mauá para comprender o mundo
Não é qualquer discurso pronto, ou uma proposta simples que consegue convencer o GCM (Guarda Civil Municipal) de Mauá João Carlos Conigero, 39 anos, casado pela segunda vez, pai de duas garotas do primeiro casamento e um garoto do segundo. Se você for convencer este homem, culto, é bom fundamentar bem o argumento. Com espírito questionador, fruto de muita leitura de livros de História e Filosofia, o GCM não aceita uma teoria sem explicações plausíveis. Em especial os iluministas, que para Conigero são os verdadeiros “revolucionários” da filosofia.
A primeira leitura de Conigero foi uma ficção clássica, Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne. Daí em diante, os livros passaram a fazer parte do dia-a-dia do GCM. Se iluministas como Jean Jacques Rousseau, Denis Diderrot e Voltaire questionaram teses da igreja e estabeleceram uma categoria na filosofia, com ele não é diferente. O que muda é a área de atuação. A Segurança Pública não é apenas uma profissão para Conigero. O guarda acredita que a prevenção deve ser o ideal do profissional da segurança. “O cidadão não quer que você resolva o problema depois que ele foi assaltado, ele não quer ser assaltado.”
O ideal Iluminista já levou o GCM a questionar figurões da segurança como um coronel da PM (Polícia Militar) durante o Congresso Estadual de Segurança Pública.
As pretensões do GCM não visam um crescimento na carreira, como ser comandante, ou até se tornar um PM. Conigero pensa em lecionar após se aposentar como GCM. “Lecionaria História ou Filosofia. Preciso estudar muito ainda antes disso e fazer uma faculdade.”
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