domingo, 3 de abril de 2011
O paradigma de coitado
Recentemente li neste respeitável Blog,
um texto... não, um texto não...um excelente
texto do Sr. Delegado de Policia Archimedes
Marques onde ele expunha as novas diretrizes
do trabalho policial e uma mudança de
paradigma do mesmo
(http://osmunicipais.blogspot.com/2011/
03/novos-paradigmas-no-uso-da-forca.html).
Muito bem, mas o que é um paradigma? Recentemente
assisti ao vídeo de Joel Barker intitulado “Pioneiros do
Paradigma” onde ele explica as nossas vidas através
do paradigma que criamos e devemos abstrair-nos deles
para assim aceitarmos novas idéias e visões
e conseguirmos a evolução.
“Foi Thomas Kuhn, físico norte-americano, que organizou as
idéias em torno do significado atual da palavra “paradigma”.
Em seu livro, “A Estrutura das Revoluções Científicas”
publicado em 1962, ele argumenta que para solucionar os
problemas que encontram os cientistas utilizam certos “mapas”
que reúnem o conhecimento disponível e dá, a esses mapas,
o nome de “paradigmas” (do grego “parádeigma”, cuja
tradução, em português, pode ser, literalmente, “modelo”).
Paradigmas, de acordo com Kuhn, reúnem informações ou
limitam o território em que se procuram as soluções
para os problemas que são enfrentados. E cada problema
solucionado reforça a crença no
paradigma estabelecido.” – Fonte:http://www.aglo.com.br/blog/?p=680
No decorrer do filme e até o presente, fiquei lembrando dos
paradigmas que assolam a nossa instituição e das
síndromes que possuímos. Se perguntarmos para os integrantes
o que eles almejam da nossa instituição no presente e no
futuro e como eles vêem a Instituição no futuro, receberemos
os mais variados tipos de respostas, mas uma boa parte
(senhores críticos, digo “boa parte” e não “a maior parte”
ou “grande parte”...) de pensamentos pessimistas, acompanhados
de uma falta de estímulo para desempenhar com excelência o
nosso papel. Ou seja, muitos sofrem de uma espécie de “paradigma
de coitado”, pois todos são culpados por tudo de ruim que
aconteceu, acontece ou acontecerá, e a Instituição não tem
expectativa de avanço e que a regressão ou extinção é quase
certa, senão, inevitável.
Mas, será mesmo? Segundo Thomas Kuhn, traçamos em
nossa mente um modelo das coisas, como acreditamos que
seja, a vida sob a nossa óptica, ou seja, nossos paradigmas,
e baseado nestas visões, não conseguimos enxergar as coisas
de uma outra forma, pois estamos presos a estes paradigmas
criados ou impostos a nós. E muitos problemas foram
resolvidos ou dogmas foram derrubados por pessoas que não
estavam ligadas diretamente a eles. Ou seja, cria-se um
conceito e pensa-se que este seja uma verdade inabalável
e não aceita-se nada que seja contrário a este
conceito ou dogma.
“Não consegue enxergar o outro lado da laranja.”
Quero com isto, lembrar e conscientizar o que muitos falam,
mas que parece que nós mesmos não conseguimos
enxergar... as Guardas Municipais estão em voga no
presente. Se amanhã ou depois as Polícias Militares
se municipalizarem, creiam os senhores, não é porque
eles são o “supra-sumo” da segurança pública nacional e
sim, que a municipalização das polícias em todo o mundo
é uma verdade e que o modelo de policiamento exercido
pelas Guardas Municipais em todo o Brasil, mesmo que
de forma precária, é um sucesso.
Todos estão interessados nas Guardas Municipais.
As polícias estaduais, a União (Ministério da Justiça),
órgãos governamentais e instituições privadas diversas...
nós somos o patinho feio mas que começamos a dar os
primeiros sinais que poderemos nos tornar belos cisnes no
futuro. Falta muita coisa? Sim, é evidente, não devemos
ser hipócritas, é uma luta desleal, Sanção versus Golias,
mas temos “n” probabilidades de sucesso.
Mas dentre muitas coisas faltantes, uma não deve faltar
jamais... o comprometimento de seus integrantes, a fé na
sua pessoa, nos seus lideres e a certeza da execução
do seu melhor. Abandonar velhos paradigmas é algo
difícil? Sim, é evidente que é, são verdades que cultuamos
às vezes, por uma inteira, mas devemos tentar modificar,
olhar o outro lado da laranja. Quem apenas olha para baixo,
conseguirá ver as pernas feias do pavão, mas jamais a
beleza esplendorosa da sua cauda em leque. Um processo
demorado, mas em tudo há um começo.
Lembro-me que a pouco mais de 10 anos era tachado como
um alcoólatra sem esperanças, um dia me conscientizei que
precisava fazer algo, e houve um primeiro dia, um segundo e
já se passam mais de 10 anos, um dia de cada vez. Abandonei
o paradigma do álcool em minha vida, a cada dia, me
comprometo a fazer o meu melhor e a continuar a
ser um alcoólico abstêmio.
Mas se eu não acreditasse não teria conseguido, se não
houvesse investido, não haveria chegado até o hoje. E
assim o é com tudo na vida. Devemos acreditar, dar ás
costas a antigos paradigmas, caminhar na trilha do desafio,
embora os outros sejam velhos conhecidos e até mesmo
confortáveis, não nos levam a lugar algum.
Espero de alguma forma, ter contribuído e recomendo a todos
a assistir o vídeo acima.
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