O guarda civil Ataíde Oliva de Araújo, de 53 anos, foi morto com diversos tiros durante uma discussão com um grupo de jovens ontem à noite no Jardim Santo Antônio, em Osasco, na Grande São Paulo. Os principais suspeitos da execução são policiais militares da Força Tática do 14º Batalhão. Segundo o comandante da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Osasco, Gilson Menezes, Araújo teve 17 perfurações pelo corpo causadas por pelo menos 12 tiros, um deles na cabeça.
A esposa de Araújo presenciou o crime. Os dois caminhavam pela Rua José Lobo Neto quando se depararam, por volta das 20 horas, com um grupo de cerca de quatro jovens, que teriam xingado e agredido o guarda. Um dos jovens, conforme a Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal, é filho de um homem morto há aproximadamente dez anos pelo guarda civil. Na ocasião, o suspeito teria tentado invadir a casa de Araújo, no Jardim Santo Antônio. Ele atirou para se defender e impedir o assalto.
Menezes explicou que, aparentemente, Araújo sacou a arma para se defender dos jovens. Um dos suspeitos foi baleado no pé. Quando a viatura com os quatro policiais militares chegou ao local, o guarda civil estaria com a arma na mão, o que, na opinião do comandante, teria ocasionado a reação da PM. "Foi um equívoco por parte da PM, que executou o nosso companheiro", disse Menezes. "Isso, para mim, é um despreparo absoluto", afirmou.
Conforme o relato da mulher da vítima aos colegas de profissão do marido, ele já estava sem vida, caído no chão, quando foi atingido por um último tiro, na cabeça. Araújo chegou a ser socorrido ao Pronto-Socorro do Jardim Santo Antônio, mas não resistiu aos ferimentos.
O caso foi encaminhado ao 1º Distrito Policial (DP), de Osasco, onde foi aberto um inquérito para investigá-lo. Uma perícia deve ser realizada nas armas envolvidas - do guarda e dos policiais - para determinar quantos tiros foram disparados de casa uma e de onde partiram os disparos que atingiram Araújo e o suspeito. O delegado ainda vai investigar a participação de cada um dos integrantes do grupo de jovens e dos PMs no crime.
Oficialmente, a PM ainda não se manifestou. Conforme o comandante da GCM, que esteve na delegacia, a versão dada pelos policiais militares envolvidos na ocorrência teria sido de que Oliva atirou contra a viatura da corporação. "Um guarda nessa situação nunca faria isso", afirmou.
'Fatalidade'
Uma pessoa muito querida, prestativa, madura e responsável. Foi assim que o comandante da GCM de Osasco definiu o guarda civil Araújo. "Ele sequer tinha faltas ou atrasos", revelou. "Foi uma fatalidade, que acaba consternando os familiares deles e a nós também", completou o comandante.
Araújo estava na GCM havia 18 anos. Ele deixou três filhos, de 28, 24 e 10 anos. O horário e local do velório e do enterro ainda não foram definidos pelos familiares da vítima. De acordo com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Osasco, por precaução, a esposa da vítima será encaminhada "a um local seguro", com escolta da GCM.
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