segunda-feira, 15 de outubro de 2012

RIO DE JANEIRO - Viva o Centro debate atuação da GCM


A região central de São Paulo, com suas peculiaridades e problemas, mostra perfeitamente a realidade de um grande centro urbano. Moradores de rua, tráfico de drogas, criminalidade, vandalismo, lixo, insegurança e comércio informal são apenas alguns dos desafios a serem trabalhados pela prefeitura paulistana, seja quem for o novo prefeito.Com o objetivo de (...) debater estas e outras questões  a Associação Viva o Centro promoveu em sua sede, semana passada, a  palestra "Atuação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em defesa do Patrimônio Histórico e do Espaço Público". O assunto foi abordado por  Edsom Ortega, secretário Municipal de Segurança, que também ouviu do público sugestões para tentar resolver, ou pelo menos minimizar, os principais problemas do Centro.
Fatores - Na opinião do secretário, são vários os fatores que podem colaborar para a situação de vulnerabilidade ou degradação do patrimônio histórico e do espaço público do Centro: lixo e entulho, iluminação pública deficiente, comércio ilegal, moradores em situação de rua, consumo e tráfico de drogas, vandalismo, criminalidade e perturbação do sono. 

"Precisamos avançar nas atribuições da GCM, que, junto com a equipe da Prefeitura e agentes de saúde, desenvolve um ótimo trabalho na região", disse. A sociedade, segundo Ortega, também pode colaborar no sentido de fiscalizar e proteger o patrimônio público. "É só ligar 153 que nossos guardas irão até o local. Muitos criminosos já foram presos em flagrante cometendo atos de vandalismo, como pichações e roubos de cabos de cobre em túneis. Também é importante destacar o trabalho dos zeladores urbanos".
De acordo com o secretário, os investimentos em novas tecnologias estão ajudando e facilitando cada vez mais a atuação da GCM. Além da instalação de novas câmeras automáticas, a corporação já recebeu cinco bicicletas elétricas. Em breve, serão mais 45 unidades e 80 novas motocicletas. "A Guarda Civil de São Paulo tem um dos mais modernos centros de telecomunicações e videomonitoramento do Brasil. O trabalho de troca das antigas lâmpadas do Centro pelas de LED também ajuda no policiamento noturno", afirmou.
Polêmica - Um dos assuntos mais polêmicos quando se fala de moradores de rua é a distribuição de sopa e outros alimentos por entidades assistenciais. Até há pouco tempo, segundo Ortega, existiam 48 entidades atuando no centro de São Paulo, quase sempre no período noturno. "Começamos a mostrar para elas que, apesar de a causa ser nobre, a concentração de pessoas trazia junto o tráfico de drogas, descarte de lixo nas ruas e o consumo de crack. Não sou contra essa prática assistencial, apenas acho que devem haver lugares adequados para a atividade".Atualmente, das 48 entidades, restam apenas 11, que atuam na praça da Sé e no largo São Francisco.As demais passaram a distribuir alimentos em equipamentos de assistência social da Prefeitura ou em suas próprias sedes. "Estamos negociando para que o refeitório do Restaurante Bom Prato, na rua 25 de Março, possa ser um desses pontos voltados para essa atividade", contou.
Atividades - A guarda civil, de acordo com o secretário, está expandindo cada vez mais sua atuação, costumeiramente identificada com a fiscalização do comércio ambulante irregular. A corporação está credenciada para, por exemplo, dar orientação aos estabelecimentos comerciais sobre como proceder no descarte de lixo, entre outras atribuições. Em breve, a GCM poderá atuar na mediação de conflitos.Além disso, os agentes, por meio de uma parceria com a SPTuris, estão fazendo cursos de inglês, espanhol e até de mandarim para auxiliar no atendimento aos turistas. "Talvez o nosso maior desafio seja o combate ao tráfico e o consumo de drogas, principalmente o crack", ressaltou Ortega.Para o empresário e diretor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Álvaro Mortari, que estava presente no evento, ao contrário dos Estados Unidos, onde há um respeito mútuo entre os cidadãos e a polícia, no Brasil o contexto é diferente. "Infelizmente grande parte da população não respeita a GCM e a Polícia Militar. É preciso enaltecer o trabalho dos policiais e dos guardas-civis", enfatizou.
Aprovação - No final do encontro, o consultor da Associação Viva o Centro, Jorge da Cunha Lima, agradeceu a presença de todos e reforçou a importância da GCM. "Para nós, o Centro é um espaço emblemático. Todas as ações aqui aplicadas, se bem sucedidas, podem perfeitamente ser replicadas para as outras regiões da cidade", concluiu.

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